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Profissionais de saúde e indígenas sofrem com estrutura precária em unidade improvisada na Terra Indígena Tabalascada

  • Foto do escritor: Alan Jorge
    Alan Jorge
  • 18 de jun.
  • 2 min de leitura

Na Comunidade Laje, localizada na Terra Indígena Tabalascada, profissionais de saúde enfrentam condições alarmantes de trabalho em um polo base improvisado sob a coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei-Leste). A estrutura era uma escola, local esse que compromete a segurança de pelo menos 255 indígenas atendidos regularmente no espaço.


Foto: Siamesp-RR/Divulgação.
Foto: Siamesp-RR/Divulgação.

Um relatório feito pela própria equipe, relata a insalubridade no local,  que conta com apenas uma sala e uma cozinha. O espaço apresenta infestação por cupins, infiltrações e risco de choques elétricos, devido à fiação exposta. Telhas quebradas, paredes comprometidas e goteiras que paralisam as atividades em dias de chuva.


A única pia disponível é usada tanto para o preparo de medicamentos quanto de alimentos, aumentando o risco de contaminação cruzada. Essa pia, inclusive, já foi utilizada para o manuseio de lâminas com sangue. A cozinha improvisada não possui refrigeração adequada, o que compromete a conservação dos alimentos, tornando-os impróprios para consumo.


Outro ponto crítico é a ausência de banheiro em condições de uso. O único sanitário do posto está com o piso rachado e estrutura comprometida, com risco iminente de desabamento. Para dormir, os trabalhadores se dividem entre um barracão de palha e uma casa de madeira.


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Para o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Saúde de Roraima (Siemesp-RR), que teve acesso ao relatório, afirmou que já existe uma ordem judicial que obriga a secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), a melhorar as condições de trabalho aos profissionais da saúde indígena.


Segundo a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento Privados de Roraima (Siemesp-RR), Joana Gouveia, a SESAI já tem conhecimento do caso, mas até o momento não tomou nenhuma providência.


“Há mais de três anos, a SESAI tem conhecimento das condições precárias de trabalho. Entramos com uma ação trabalhista solicitando melhorias na estrutura. A SESAI tinha um prazo de 30 dias para adotar as medidas cabíveis, porém, até agora, não tivemos nenhum retorno nem solução”, disse Joana.

Afirmou ainda que os servidores sofrem constante pressão e cobranças em suas funções." As melhorias precisam ser iniciadas o quanto antes, porque há profissionais sendo prejudicados pela falta de condições adequadas de trabalho. As equipes são constantemente cobradas por resultados, mas não recebem as condições mínimas para trabalho” destacou.


Sobre o caso da Laje, o Siemesp-RR, vai marcar reunião com a nova coordenadoria do Dsei-Leste para que a determinação seja devidamente cumprida. Desde o início do ano, os profissionais da saúde indígena ameaçam paralisação por conta da falta de reajuste salarial e da ausência de condições dignas de trabalho. A crise, no entanto, se arrasta desde 2023, quando foi decretada emergência na saúde indígena. “Cada dia que passa, só piora”, lamenta Joana.


Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que, desde 2023, por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena Leste de Roraima (DSEI LRR), ampliou em 88% os repasses destinados ao custeio e aos investimentos em saúde indígena, passando de R$ 77 milhões em 2022 para R$ 145 milhões em 2024.

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