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STM decreta prisão preventiva de tenente acusado de matar garimpeiros em Roraima

  • Foto do escritor: Portal Via Roraima
    Portal Via Roraima
  • 3 de jun.
  • 2 min de leitura

Por unanimidade, os ministros do Superior Tribunal Militar (STM) determinaram a prisão preventiva de um tenente do Exército acusado de envolvimento na morte de dois garimpeiros durante uma operação fluvial no rio Uraricoera, em Roraima. O caso, que tramita sob segredo de Justiça, envolve graves acusações, incluindo homicídio qualificado, ocultação de cadáver e destruição de provas.


 Tenente do Exército acusado de envolvimento na morte de dois garimpeiros durante uma operação fluvial no rio Uraricoera, em Roraima.
 Tenente do Exército acusado de envolvimento na morte de dois garimpeiros durante uma operação fluvial no rio Uraricoera, em Roraima.

Segundo o Ministério Público Militar (MPM), os crimes ocorreram na madrugada de 21 de setembro de 2023, nas proximidades do Posto de Controle e Interdição Fluvial (PCIFlu), dentro de território indígena próximo à fronteira com a Venezuela. O tenente comandava um pelotão especial de fronteira e liderava uma patrulha composta por outros sete militares.


Durante a operação, o grupo perseguiu três garimpeiros que fugiram em uma embarcação ao avistar os militares. Conforme a denúncia, foram efetuados disparos com munição real e de borracha. Um dos garimpeiros morreu no local após ser atingido por um tiro de fuzil. O segundo, ferido, teria sido esfaqueado até a morte por militares. Os corpos foram, então, amarrados ao motor da embarcação e lançados no rio com o objetivo de afundá-los.


O terceiro garimpeiro sobreviveu após ser atingido por uma bala de borracha e abandonado nas margens do Uraricoera. Ele denunciou o ocorrido às autoridades locais. Um indígena que atuava como guia dos militares também teria relatado os fatos à Polícia Federal e ao Exército.

O laudo necroscópico do Instituto de Medicina Legal confirmou que uma das vítimas sofreu “insuficiência respiratória por secção completa da traqueia causada por instrumento perfurocortante”, além de lesões internas no tórax e pulmão. Exames balísticos identificaram que o tiro partiu do fuzil usado pelo tenente.


Inicialmente, a Justiça Militar da União em Manaus decretou a prisão do oficial, mas a medida foi posteriormente revogada por uma juíza federal, que apontou contradições no depoimento do indígena. O MPM recorreu ao STM, apresentando novos elementos de prova e solicitando também a prisão dos demais militares da patrulha.


No julgamento, o relator do caso, ministro Carlos Vuyk de Aquino, acolheu parcialmente o pedido, determinando apenas a prisão do tenente, apontado como autor dos disparos e dos golpes de faca. O relator destacou a gravidade dos fatos e o risco de que o oficial coaja testemunhas, afirmando que há relatos de que ele teria usado sua patente para pressionar colegas a sustentar uma versão falsa dos acontecimentos.


“O caso revela extrema gravidade e ameaça à ordem pública, além de comprometer os princípios da hierarquia e disciplina militar”, afirmou o ministro em seu voto.

Além da prisão, o STM impôs medidas cautelares, como a proibição de contato com testemunhas, outros militares e seus familiares, bem como o recolhimento de armas de fogo particulares e o veto ao acesso a qualquer tipo de armamento.


O tenente segue respondendo a ação penal na Justiça Militar da União, em Manaus. Um segundo Inquérito Policial Militar, instaurado pelo Exército, apura a conduta dos demais integrantes da patrulha.

 
 
 

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