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Irmãos empresários são alvos de operação por esquema de lavagem de dinheiro

  • Foto do escritor: Portal Via Roraima
    Portal Via Roraima
  • 29 de abr.
  • 2 min de leitura

A Polícia Civil de Roraima (PCRR) participou, nas primeiras horas desta terça-feira (29), da terceira fase da Operação Bull Trap, coordenada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo. A ação, que mira um esquema de fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro com prejuízos milionários, foi realizada com apoio do DOPES, do Grupo de Resposta Tática (GRT) e da Delegacia de Polícia Interestadual (Polinter).


Com foco no cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, a operação teve como alvos três residências localizadas nos bairros Caçari e Paraviana, além de uma empresa de exportação de alimentos situada no bairro Calungá. Foram apreendidos aparelhos eletrônicos, documentos e um veículo de luxo, modelo RAM 1500. Até o momento, não houve prisões.

Foto: ASCOM PCRR
Foto: ASCOM PCRR

Segundo o escrivão da Polícia Civil de São Paulo (PCSP), Lucas Monteiro, que participou da coordenação da operação em Boa Vista, a investigação teve início com um boletim de ocorrência registrado na região do Vale do Paraíba (SP). A vítima relatou ter sido enganada por um esquema de investimento fraudulento, com características de pirâmide financeira.


“Identificamos centenas de vítimas que fizeram depósitos com a promessa de retorno financeiro, o que jamais ocorreu”, explicou Monteiro.

A apuração, liderada pelo delegado Alex Endo e conduzida pelos investigadores Diego Padilha e Willians Bocompagne, utilizou a metodologia “Follow the Money” (Siga o Dinheiro), com apoio de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). A análise do fluxo financeiro revelou a utilização de empresas em nome de terceiros — os chamados “laranjas” —, muitos deles em situação de vulnerabilidade social, como dependentes químicos e pessoas em situação de rua.


Dois dos principais alvos desta fase da operação são irmãos e sócios de uma empresa de exportação de alimentos em Boa Vista. M. L. A., de 36 anos, e A. D. C. L., de 34, são suspeitos de terem recebido cerca de R$ 10 milhões em apenas dois meses — valor incompatível com a atividade econômica da empresa, segundo os investigadores.


“A movimentação financeira aponta para o possível uso da empresa como meio de ocultação e lavagem de dinheiro”, afirmou o escrivão Lucas Monteiro.

A Operação Bull Trap teve início em São Paulo e, em seguida, avançou para Minas Gerais, com ações nas cidades de Juiz de Fora e Sete Lagoas. Agora, chega à terceira fase em Roraima, ampliando o alcance da ofensiva contra o crime organizado. A Justiça autorizou o bloqueio de mais de R$ 1,1 bilhão em bens e valores dos investigados em todo o país.


A operação foi batizada de “Bull Trap” — expressão usada no mercado financeiro para descrever um falso sinal de alta que atrai investidores incautos, levando-os a prejuízos quando o mercado volta a cair.


De acordo com os investigadores, há possibilidade de novos desdobramentos em Roraima, com o envolvimento de outras empresas. Caso as suspeitas se confirmem, as informações serão compartilhadas com a Polícia Civil do estado para dar continuidade às apurações.

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