Cemitério Clandestino: Mortes, uso de cal e prisões
- João Henrique

- 23 de jan.
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Na manhã desta terça-feira, 21, a cúpula do Sistema de Segurança Publica de Roraima, reuniu a imprensa na sede da Secretaria de Segurança Publica (SESP), e detalhou as investigações sobre os cinco corpos que foram encontrados na segunda-feira, 20, no Cemitério clandestino, na divisa dos bairros Pricumã e Cinturão Verde, na zona Oeste de Boa Vista.

Na ocasião, foram confirmados a prisão em flagrante de W.J.H.L., de 29 anos e J.G.C.C., de 27 anos, ambos de nacionalidade venezuelana,* os mesmos foram acusados de ocultação de cadáver, ameaças e associação criminosa armada.
As investigações envolvem o trabalho integrado de várias forças policiais, para fazer esclarecimentos e identificar as vítimas. Na coletiva, na sede da Secretaria de Segurança Publica (SESP), foram detalhadas as investigações sobre os *cinco corpos* que foram encontrados.
A Delegada-Geral da Polícia Civil, Darlinda de Moura, informou com detalhes as diligências que estão sendo realizadas e destacou a gravidade do caso e compartilhou a situação a respeito da identificação das vítimas, dos quais os corpos encontrados estavam em diferentes estágios de decomposição.

“Estamos trabalhando em total integração com outras forças de segurança, utilizando todos os recursos disponíveis, como o apoio de cães farejadores para busca de pistas e o suporte técnico da CAERR [Companhia de Águas e Esgotos de Roraima] que nos cedeu uma ferramenta chamada georadar, que tem colaborado para mapearmos o terreno. Nosso objetivo é trazer respostas rápidas e assegurar que a justiça seja feita”, disse Darlinda
Ela explicou ainda que, a identificação dos corpos será feita por meio de impressão digital ou arcada dentária. A Delegada também enfatizou sobre a utilização de cal, que indicavam que os corpos estavam naquela região há dias.
“Os corpos, de três mulheres e dois homens, foram encontrados em diferentes estágios de decomposição. Um dos corpos femininos já estava em esqueletização, e um dos homens apresentava partes íntimas amputadas. As investigações indicam que todos os corpos podem ter sido mortos com facadas, e a polícia busca confirmar essa hipótese por meio de perícias. Já encontramos indícios importantes, como o *uso de cal* para ocultar o cheiro dos corpos, e a possibilidade de que os homicídios tenham ocorrido há algum tempo. Continuamos a escavação e análise dos corpos, e estamos utilizando todos os recursos para dar respostas rápidas às famílias", explicou Darlinda.
O Secretário de Segurança Pública, Ellan Wagner, enfatizou sobre a inclusão das equipes na investigação, ele explica que a operação é um trabalho conjunto da Polícia Civil, Polícia Militar e órgãos estratégicos.

“Estamos adotando todas as medidas necessárias, com ações de inteligência e operações ostensivas, para responsabilizar os envolvidos e esclarecer o máximo de detalhes possível”, destacou Wagner
Na coletiva, o Comandante da Polícia Militar, Coronel Miramilton Goiano, falou sobre a atuação das equipes de segurança. Ele enalteceu a resposta rápida da Polícia Militar em atender a denúncia e localizar os primeiros corpos.

“Eles encontraram um cidadão que disse estar fugindo e teria um local onde teria pessoas mortas. De pronto a equipe foi ao local, e ao encontrar o primeiro corpo já acionou a Delegacia Geral de Homicídio, Foi uma ação rápida e estamos trabalhando unidos, todas as forças de segurança juntas, desde ontem de modo a envidar todos os esforços para capturar as pessoas que são responsáveis por aquelas possíveis execuções ali”, ressaltou o comandante.
De acordo com o Delegado Luís Fernando, que preside as investigações, as diligências da Polícia Militar que tiveram desde o início, foram importante para localizar as covas e a prisão em flagrante dos dois acusados.

“Não foi possível imputar a eles o crime de homicídio, até porque, em virtude da decomposição dos corpos, constata-se que os homicídios teriam acontecido há um certo tempo”, detalhou o delegado.
Luís Fernando, ressaltou ainda que há uma equipe da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) no local, com expectativa de que se encontrem mais corpos na região.
A Delegada Miriam Di Manso, responsável pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), enfatizou que há sinais de envolvimento de facções criminosas nas mortes, devido à isso, levou uma colaboração ainda mais intensa entre unidades especializadas como a DRACO (Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas), o NIPD (Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas), e a DGH.
As investigações seguem com objetivo de identificar as vítimas, localizar os demais envolvidos e responsabilizar pelos crimes. É fundamental o envolvimento das famílias, para o reconhecimento dos desaparecidos. A Polícia civil, juntamente com os demais órgãos envolvidos estão em um trabalho árduo para esclarecer os mínimos detalhes e divulgas respostas à sociedade.
























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